quinta-feira, setembro 22, 2005

(des)prepare o seu coração...

ah, os festivais, esse ranço tão fora de moda cheio de teia de aranha, que ninguém agüenta mais nem levar em consideração... abaixo os festivais!, retornem às tumbas os festivais!

no entanto, olha que coisa esquisita, o tamanho e o volume do qüiproqüó que o festival de música brasileira da tv cultura provocou por aí, inclusive aqui mesmo na janelinha vermelha deste blog (onde já emiti várias de minhas posições pessoais sobre o assunto).

será que, apupos à parte, o festival tá na moda?

sei lá, mas, mesmo achando achando, eu também, tudo morno e desanimado a princípio, fui me surpreendendo ao ouvir músicas novas e, mais ainda, ao notar que fui gostando de algumas músicas, e que várias delas foram ficando pelo caminho, para meu desgosto desconfiado da caretice do festival todo.

essa dinâmica de felicidades & frustrações pequeninas, aprendi, ia tornando a participação num treco desses um exercício constante de composição de vitórias & derrotas, todas elas irmanadas na fogueira das paixões (ou, como pareciam correr as coisas nas primeiras eliminatórias, na geleira da ausência de paixões).

tentei classificar - e perdi -, entre outras, canções de que gostava, como "misturada", "guri de acampamento" (primeira eliminatória), "brincante", "caminhos do coração" (terceira eliminatória), "romance pós-moderno", "contrapeso", "busca" (quarta eliminatória), "hotel maravilhoso", "sai da cruz" (primeira semifinal)... vi ficarem pelo caminho músicas favoritas ("hotel maravilhoso"), intérpretes especiais (marina machado, giana viscardi)... ajudei a desclassificar - e em parte me arrependi - outras, como "pega no ar" (segunda eliminatória), de roberto oliveira, paranaense conterrâneo meu, e "guri de acampamento", lá do extremo sul semi-uruguaio (segunda semifinal).

ah, isso me lembra de hermelino neder, companheiro de júri até o final, que defendia fervorosamente "guri de acampamento" e escreveu belamente sobre isso (e sobre outras questões mais) em sua coluna no uol/folha online (ei, hermelino, "pacífico" foi um adjetivo inédito para mim!, adorei!).

[a propósito, a coluna do hermelino leva o sensacional nome de "diário de depressão e fama": segundo sua hipótese, ambas são condições bem mais próximas uma da outra do que imaginamos ao acreditar, iludidos, que os "famosos" vivem num mar de luxos ininterruptos & felicidades contínuas; a fama É a depressão?, perguntaria eu, já querendo concordar com o prezado vanguardista paulistano.]

mas, então, chegamos à final, quando votei em "contabilidade" para o primeiro lugar. em "achou!" para o segundo lugar. em "lama" para o terceiro lugar. em "achou!" para melhor intérprete (alô, ceumar!, cê tá aqui?! lembra quando você dizia que não lambe tanto assim as botas de elis regina lá no jornal em que eu trabalhava? foi assustador, de início, mas até que os efeitos vêm sendo positivos e promissores, né?). em "contabilidade" para melhor arranjo e letra. pronto, tá declarado e redeclarado.

alguns (muitos) pontos permanecem polêmicos e controversos - e deverão permanecer, ou então incitarão outros mais, enquanto continuarmos debatendo. se, por enquanto, o debate ainda tá bão, é porque não esgotou, certo? então, foi pensando nisso que saí em busca de mr. solano ribeiro, diretor de festivais de mpb desde "alegria, alegria", "roda viva", "domingo no parque" e "ponteio" até "contabilidade", "achou!" e "girando na renda". propus um questionário a ser respondido por e-mail, ele topou, ei-lo:

[a partir daqui, coloco entre colchetes uma ou outra interjeição e alguns pequenos comentários (im)pertinentes meus. vá lá, em negrito, pra separar melhor.]

pas - que balanço você faz do festival da cultura? a imagem ruim deixada pela última experiência de festival na rede globo foi dissipada, foi intensificada, ficou inalterada, ou o quê?

sr - a imagem do festival da globo existia para muito poucos e não teve nada a ver com o que foi feito agora. na verdade eu gostaria de ter feito na globo o que consegui na cultura. um local menor. platéia que foi sendo formada ao longo do evento. produção musical competente (embora com pequenos equívocos). direção musical competente.

pas - como diretor do festival, você ficou satisfeito com o resultado? e como produtor musical que já participou de momentos históricos como a eclosão da geração heróica dos anos 60? e como diretor de tevê? e como cidadão, fã e torcedor?

sr - o resultado como evento foi muito positivo. mostrou que existe sentido em prosseguir. o festival é um processo que precisa de maturação para atingir seu pico. num terceiro festival é que chegariamos lá. [hum, saída estratégica pela tangente da pergunta, né, solano?]

pas - sei que estaremos falando de uma contradição histórica dos festivais (pois não havia até pixinguinha concorrendo num daqueles festivais heróicos dos anos 60?), mas você não acha que a mistura de concorrentes novatos e veteranos cria um forte desnível, um grande dilema, uma difícil batata quente para o júri descascar?

sr - essa mistura sempre existiu. é saudavel um novato poder competir com um veterano.

pas - o slogan "a nova música brasileira" era equivocado? ou era equivocada a presença de veteraníssimos como toninho horta, luiz tatit e tantos outros, disputando palmo a palmo com a molecada recém-saída dos coeiros os dinheiros oferecidos pela tv cultura? ou essas contradições são inerentes, inescapáveis?

sr - acho que foi um slogan que levou a que muita gente esperasse um grande número de músicas novas feitas por gente deconhecida. a nova leva de compositores não tem referências. o que lhes é servido pela mídia é de péssima qualidade [ponto importante, importantíssimo; será mesmo?]. um festival passa a ser referência para quem objetiva esse segmento que pode se tornar muito forte e uma vitrine importante. [sim!, tomara!]

pas - a vaia desqualifica o festival? a vaia engrandece o festival? ou a vaia dequalifica E engrandece o festival? como você avalia essa questão, em respeito específico à vitória de danilo moraes e ricardo teperman?

sr - o festival cultura está em sua primeira edição. custou muito caro e foi bancado pela emissora, pois não teve patrocinadores. o final apoteótico que teria acontecido se a vitória fosse de "achou!" poderia ser argumento definitivo para sua continuidade. a vaia incomoda. não engrandece o evento, pois atrapalha sua leitura [caetano veloso que o diga, né, solano?]. agora vão fazer um balanço para saber se vale a pena fazer um segundo.

pas - por que o fato de um dos autores de "contabilidade" ser filho de um dos apresentadores do programa não foi apontado durante o festival? a ocultação não serviria para aumentar uma suspeição que, por outro procedimento, talvez nem acontecesse?

sr - ninguém jamais esperou que "contabilidade" passasse da primeira noite, quanto mais chegar onde chegou [êêêita!]. não vejo importância no fato de ser filho do wandi. se ele fosse um dos jurados a leitura seria outra. se funcionário da casa não pudesse participar não teriamos tido o caetano, o chico, o edu, o gil e tantos outros nos festivais da record. quando da decisão final, embora a minha preferência fosse "achou!" [falou!], não quis revelar o fato pois seria um fator de influência muito forte naquela decisão [boa, solano, boa!]. fui ético demais. hoje me arrependo.

pas - essa questão do parentesco coloca o debate que está acontecendo também no patamar de discussões sobre limiares éticos? mas o limiar ético não seria equivalente, caso luiz tatit e dante ozzetti vencessem um festival de "nova música brasileira"?

sr - vou anexar um texto que responde a essa pergunta.

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[opa!, como blog não tem anexo, vai aí o (belo, generoso) texto de solano ribeiro:]

a "contabilidade" do festival cultura (por solano ribeiro)

a frustração por não ter acontecido o final apoteótico que se delineava abalou a todos os que trabalharam na realização do festival cultura. vale a pena, porém, fazer uma avaliação sem as emoções do momento e pensar nos desdobramentos. se fosse "achou!" a vencedora da final do festival, depois da eletrizante apresentação de jair rodrigues, em emocionante releitura da "disparada" com théo de barros e heraldo do monte, teria acontecido um dos mais empolgantes espetáculos mostrados pela televisão brasileira. a ser comparado às lendárias apresentações dos festivais do passado. mas o festival cultura trazia o subtítulo que significava um compromisso: "a nova música do brasil", já posto em dúvida pelos críticos em função da presença de muitos nomes com alguma quilometragem. provavelmente os jornais e revistas seguiriam o mote da manchete do "estadão" no dia da final: "festival da cultura termina hoje sem revelações". ou: "achou!", dos veteranos dante ozzetti e luiz tatit, é a nova música do Brasil?". [bingo!, solano, a crítica de jornal, irmã mais chata e ranheta da "voz do povo", ia botar não sei quantos mil defeitos, fosse qual fosse o resultado, não é mesmo?] a crítica seria imediata, ainda sob os ecos de uma noite memorável. todos alegres e felizes com a vitória que significaria um capítulo a mais no currículo da talentosa dupla. quis o júri que o resultado fosse diferente. "contabilidade" é o início da carreira de dois jovens desconhecidos que apresentaram um trabalho sofisticado em ritmo 5/4, num formato meio esquisito para o leigo que pode ser rotulado como elitista. mas, como dizia o recém-falecido e genial maestro e compositor alemão koellreuter: "quem quer fazer o novo deve ter coragem para o embate". foi o que fez o júri dando a vitória a danilo moraes e ricardo teperman, que jamais imaginaram ganhar o festival e se divertiram muito com o fato e com as vaias. no futuro, com o talento que têm, serão lembrados como tendo sido lançados pelo festival cultura que está destinado a fazer parte da história da música popular brasileira. pena que a história não seja escrita em uma semana.

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pas - que músicas e que artistas você diria que foram injustiçados pela tirania inevitável do processo desclassificatório? o painel a que o júri chegou na finalíssima correspondia aos seus ideais, ou se afastava deles?

sr - eu olho para o todo, ou seja, para um painel que quanto mais variado for melhor efeito terá para a televisão. maior será o espectro atingido. injustiçados? "misturada", "a moda", "samba russo", "contrapeso", "romance pós-moderno", "hotel maravilhoso", "sem lugar"...

pas - o júri é simpático? o júri é incompetente? a vida não se resume a festivais?

sr - palavras de caetano e vandré. acho que é preciso que o júri leve em consideração o poder que cada música tenha de se comunicar. de fazer sucesso. quando júri e público concordam o festival repercute melhor. [a voz do povo é a voz dos deuses neoliberais da publicidade?]

pas - o festival cumpriu suas expectativas, realizou seus desejos, atiçou seus sonhos? haverá outro festival na tv cultura? solano ribeiro estará nele?

sr - não sei. a euforia que existiu durante todo o festival desapareceu com o resultado. [engraçada, essa sensação do solano. a minha foi justamente a oposta: tudo vinha um bocado desanimado, o tempo todo, e a fogueira só foi se acender na final, antes, durante e depois do resultado e do festivaia.]

[numa segunda leva, fiz ainda algumas perguntas que havia deixado de lado a princípio, eis:]

pas - por que a presença, no júri final, de tantos nomes ligados à vanguarda paulistana?

sr - o júri da final seria uma mistura do júri prévio com o das eliminatórias, como estava previsto. consultados, miguel briamoste tinha um concerto, o mesmo acontecendo com marcelo jafé. daniel piza naquela noite receberia um prêmio. fui obrigado, para seguir o combinado, a usar os que estavam disponíveis.

pas - estando fechado em profissionais ancorados no eixo rio-são paulo (com presença maciça de paulistas), o júri constituído não leva a uma distorção em termos geográficos? não diminui as chances de artistas gaúchos, maranhenses, mineiros, paranaenses etc. etc. que também passaram pelo festival?

sr - quando escolho nomes para o júri espero que exerçam sua tarefa baseados em suas tendências e acreditando em sua isenção. se colocarmos um jurado de cada região ele provavelmente vai batalhar por seus conterrâneos e não será um jurado imparcial. [hum? e o jurado paulista? e o carioca?]

pas - o júri constituído por apenas uma mulher (nas eliminatórias e semifinais) e somente homens (na final) não provoca um viés sexista, talvez machista (também dominante na nossa música popular, que, por exemplo, costuma isolar as mulheres quase sempre na posição de intérpretes)?

sr - não encontrei nomes diponíveis para aumentar o número de mulheres [hum???]. com base no que estava previsto a magda pucci deveria participar da final. como foi escalada para comentarista isso ficou inviável.

o "caso joyce", ele não esclareceu. reperguntei, espero a resposta. enquanto isso, saí também em busca cibernética de joyce. citei, como havia feito com solano, a suspeição levantada pelo concorrente osmar "sonekka" lazarini, "ouvi dizer que ela pediu a conta quando recebeu ordens de veto vindas da direção". num primeiro momento, joyce respondeu o seguinte:

"mas ora veja, que falácia... se bem que, cá entre nós, algumas ordens bem que foram dadas. Agora, se foram cumpridas... só faltou combinar com os 'alemão'."

logo joyce leu a celeuma da janelinha vermelha, se animou e escreveu para o blog o seguinte (e belíssimo, generosíssimo) depoimento (obrigado, joyce!):
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(por joyce)

já que apareci na fita e você me pede uma resposta (acho que essa curiosidade também é sua, né?) [é! é! é!], vamos lá. por que foi que eu não estava na final do festival? desde o início, quando o helton [altman, coordenador musical do festival - e, ó mundo pequeno, um dos empresários de maria rita] me convidou, minha primeira reação foi dizer que não. até porque havia um monte de parceiros meus concorrendo: toninho [horta], zé renato, sérgio santos e, last but not least, o [luiz] tatit, parceiro recente, embora não tão amigo íntimo quanto os outros. achei que isso daria problemas éticos de alguma forma, mas ele me convenceu de que o júri teria muita gente diferente opinando, e que além de tudo ele confiava na minha honestidade em votar nas músicas que eu realmente achasse boas, independente de quem fosse (o que de fato aconteceu).

também não curto muito festivais competitivos, acho mais legal uma mostra de músicas, mas compreendo que a competição aumenta o ibope. acho ainda que é válido, sim, ter um festival de vez em quando como vitrine: pros mais novos que precisam aparecer e pros mais antigos que não têm exposição na mídia. tempo de serviço não pode ser documento num país onde só se aparece com jabá [ié!!!]. eu dispensaria a competição e ainda proporia um júri popular, via internet, pra que o júri "impopular" [hahahaha] ficasse mais à vontade, sem pressões do tipo "essa e aquela música são melhores para o programa", como ouvimos diversas vezes (mas não aceitamos, lembra?) [lembro, lembro, sim].

de qualquer forma, fui, participei e teria tido prazer em ficar até o fim. não estive no júri da final, mas teria votado exatamente do jeito que foi. quando ouvi pela primeira vez a música "contabilidade", na mesma hora me perguntei: quem são esses caras? quase tudo o que apareceu vindo de compositores novos tinha a cara de outra pessoa. tinha lenine, guinga, aldir blanc, egberto [gismonti], [paulo] vanzolini, paulinho da viola, de um tudo. 'contabilidade' não tinha a cara de ninguém, e isso já me interessou. depois fiquei sabendo que os meninos moram na frança, o que talvez explique eles não terem ninguém da cena atual como referência.

outro dado que eu devo confessar, o meu vício nem tão secreto: gosto de harmonia, gosto de acorde torto, dissonante. a combinação de 2 violões pode ficar muito chata, com cara de folk music, quando é feita de forma repetitiva e sem imaginação. ali tem 2 violões se combinando e se completando de maneira extremamente criativa, coisa que pra mim como violonista bateu super-bem. compositores-músicos, que maravilha! também adorei o arranjo, que por mim dividiria o prêmio com o de "hai cai baião", outra música de que também gostei muito. e os vocais se abriam totalmente fora das manjadas fórmulas tônica-dominante-subdominante. quem for músico aí no blog vai entender o que estou dizendo.

pro pessoal que não se interessa por acorde e só presta atenção na letra, também tinha caldo: de todos os comentários que li sobre essa letra, ainda não vi ninguém mencionar o fato de que foi a única música que tocou em questões atuais do mundo, não só do Brasil. "fraternidade se conta em genocídios/ homens armados em missões saneadoras" e, inclusive, o "preservativo de baixa qualidade", tão execrado, tão épatant la bougeoisie, a cara da áfrica negra morrendo de aids. "carros, cartões de crédito, metralhadoras, um milhão a mais, um milhão a menos". tudo o que eu queria ouvir de 2 garotos recém-chegados e desconhecidos (pelo menos pra mim).

atenção: não sou amiga nem parceira do wandi [nem eu!], e só fiquei sabendo da filiação muito depois. isso jamais foi mencionado em nenhuma reunião do júri, e devo dizer que a vitória de "contabilidade" não me parece que fosse a solução preferida da organização do festival (você estava lá... fala aí, pedro! [não era, joyce, eu diria até que solano ficou possesso, como hermelino já contou lá no texto dele; e ele em pessoa confessa o mesmo nas respostas acima, né? sobre mr. marcos mendonça, prefiro nem cogitar, haha]). seria melhor acabar em apoteose com a música que o público queria. acho essa insinuação muito boba. foi pura falta de sorte o pai estar ali trabalhando e infelizmente [hahahahahaha] ter um filho talentoso concorrendo.

desde o início a gente sabia que o júri das eliminatórias não seria o mesmo da final e que alguns membros seriam substituídos. fui escolhida pra não voltar na final. não sei os critérios dessa escolha, mas a gente pode imaginar alguns, como quiserem... 1) sorteio; 2) o preço da passagem, já que eu moro no rio [é, o mensalão tá pela hora da morte...]; 3) eu era a única mulher no júri; 4) gosto de música com mais de dois acordes; 5) algumas vezes bati de frente com o pensamento vigente; 6) penso em voz alta e digo alguns impropérios quando alguma coisa me surpreende... sei lá, pode ter sido tudo isso ou nada disso. de qualquer forma, vi pela tv e gostei de ter terminado como terminou. o fato de ter provocado tantas e tão candentes discussões prova a validade do festival, ainda, a esta altura dos acontecimentos. que venham outros, se for pra revelar gente nova e interessante.
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a partir das palavras de joyce, encafifei e fui conferir: "contabilidade" fala de igualdade e de fraternidade, mas troca liberdade por felicidade. curioso, não? pois faço minhas as palavras de joyce sobre a canção dos meninos, em que não sinto nenhum gosto de suflê de geraldo "chuchu" alckmin, como tantos resmungaram.

enfim, leio e releio tudo isso e fico achando que, afinal, foi tudo legal à beça. penso & repenso em tudo que já debatemos aqui e me pergunto se é conversando que a gente se entende & derruba teorias conspiratórias, teses persecutórias, mitos paranóicos... venho & vou & venho e concluo que, sim, é conversando que a gente se entende & eleva o nível de participação & ferroa a tirania dos autoritarismos, beija as delícias das democracias.

faço a contabilidade, tiro o saldo das vitórias & derrotas que também acumulei na finalíssima acumulei no meu cofrinho de afinidade, faço a soma na calculadora de vil metal e fecho o balanço: o saldo foi positivo, o preservativo era de boa qualidade.