segunda-feira, maio 11, 2009

toda vez que eu viajava

seguindo ainda no tema aberto pelo tópico anterior, e pela reportagem sobre o clube (e o rio) tietê, estranho é olhar o mapa fluvial desta parte do brasil e observar o rio tietê indo desaguar no rio paraná, o rio que tem o nome do estado onde eu nasci.

não nasci em são paulo, e no geral sou bem ignorante em matérias de história e geografias deste estado (das do paraná também pouco sei, mas isso já é uma outra questão...). tanto que demorei anos para entender que o tietê nasce na serra do mar e avança rumo ao interior (pela minha lógica torta, achava que devia ser o contrário).

pois então, é lá, no rio paraná do meu paraná, que cai a sujeira toda de cá da minha são paulo, a sujeira toda da "prosperidade".


estranho também é seguir olhando abaixo, paraná adentro, e encontrar lá, desmbocando no mesmo paranazão, mas bem menorzinho (e portanto menos poluidinho) que o tietê, o rio ivaí. o rio da minha infância, o maior clube e parque de diversões (natural) que eu frequentei na vida. o rio onde meu pai pescou a vida toda, e de onde trouxe um monte de peixe (que na época eu não gostava de comer).

a propósito, voltei lá no rio ivaí poucos meses atrás, depois de uns 15 anos de desencontro. entrei dentro dele como sempre, sem nem pensar se hoje está ou não poluído (será que está?). era taaaanta saudade que eu nem sabia que tinha.

quando eu era pequeno, nas margens do ivaí só havia mata e barro e plantação de soja e o casebre da família do joão guarda (o guarda florestal do pedaço) e, mais lá longe, as cidadezinhas de ivatuba e doutor camargo. hoje as barrancas do rio estão apinhadas de condomínios fechados, portais com entrada controlada, casas com piscina, portões com cadeado.

a casinha de madeira do joão guarda evidentemente não está mais lá, naquela curva que não sai da minha memória um minuto sequer.

mas, mais estranho de tudo, o rio ivaí pareceu aos meus olhos (e outros sentidos) o mesmo de sempre. pareceu quase meu, como eu acreditava que era uns 30 anos atrás.

mas fico pensando... será que desde pequeniniho eu já depredava rio?