quinta-feira, dezembro 18, 2008

pois então, não é que o gás e a energia acabaram antes que acabasse este intrincado ano de 2008 (o ano dos meus 40inha, ai, ai, ai)? acabou, eu sei que quem gosta de passear por aqui percebeu a desaceleração das últimas semanas.

pois se o fôlego já acabou e a canseira tomou conta do pedaço, o consolo não é menos do que sensacional: está acabando também a jornada zero-oito, aaah!, daqui a não mais muitos minutos, entro em recesso até o começo de janeiro (claro que com uma ou outra passadinha por aqui, quando possível, da rua, da chuva ou da fazenda, ou de uma casinha de sapé), ufa, saravá, esquindô.

bato minhas asinhas, deixando na "carta capital" deste fim-de-semana um texto sobre as discussões sobre a lei da meia-entrada para estudantes (um alô, ao claudio, que andou me perguntando coisas sobre esse assunto na janela vermelha e ajudou a inspirar a reportagem). deixo também, no blog do outro lado do espelho, um outro texto já publicado no papel, a respeito de uma artista pela qual tenho muito, muito, muito respeito. aqui, olha:

http://pedroalexandresanches.wordpress.com/2008/12/18/wanderlea-sobrevoa/

por fim, mas não menos importante, deixo abraços apertados a todo mundo que ajuda a fazer este blog, com meus agradecimentos profundos por darem ouvidos a este maluquete e encherem de vida esta sempre deliciosa experiência interativa. tem sido supimpa, viu?

mas, ai, quer saber? você não acha que pode ser ainda muito mais (supimpa)? e, supondo que sim, aceita que eu deixe uma proposta aqui no túnel que nos levará de 2008 a 2009?

é o seguinte: vamos apimentar o ano que vem?

eu quero! me espera, me aguarda. pensa daí que eu tô pensando de cá. e feliz aquilo tudo e tudo mais!!! fuuuuuuuuuuuuuuuui.

quinta-feira, dezembro 11, 2008

ciclo elke

e, para completar o que poderíamos chamar de "ciclo elke", vai abaixo a exntrevista/reportagem que montei para a "carta capital" (edição 525, 10 de dezembro de 2008), a partir do encontro/entrevista com ela em pessoa, elke maravilha.

os dois tópicos anteriores existiram, acho, meio como um despiste, para (como elke tantas vezes fez) colocar o pitoresco na frente de algo mais profundo e denso que há por trás.

para mim, pessoalmente, foi uma demonstração a mais de que histórias incríveis se escondem nos cantinhos dos lugares onde se encontram histórias que de cara parecem... incríveis.

mas não foi só por isso. queria também desafogar uma historieta que não consegui integrar ao texto, essa da elke com aracy de almeida. por várias razões, em especial pela enorme ternura e curiosidade que me provoca a figura de aracy (ah, como eu queria poder entrevistá-la depois, ou antes, de entrevistar a elke...). sobre aracy, a pergunta que vive me ribombando é: qual foi a ponte de vínculo que uniu (ou desuniu) a jovem e fantástica intérprete de noel rosa à velha jurada ranzinza? qual foi a parte que perdemos, na esfera pública, na viagem de aracy entre uma ponta e outra?

mas, upa, eis-me aqui falando de aracy, que não está aí, em vez de falar de elke, que está (o melhor lugar do mundo é aqui e agora, diria o ex-ministro). pois então quero dizer. por baixo, por cima e além de quaisquer trambolhos em forma clichês, as profundezas de elke maravilha são impressionantes, tanto quanto é evidentemente riquíssima sua(s) história(s).

é ou não é um luxo podermos contar com tanta carga simbólica em nosso "currículo" de brasileiros?


ELKE, A FILHA DA GUERRA
As aventuras de uma russa com Bin Laden e a ditadura brasileira

POR PEDRO ALEXANDRE SANCHES

Está escuro, o ambiente é esfumaçado e Osama Bin Laden está diante de uma mulher vestida de negro da cabeça aos pés, numa espécie de burca. Bin Laden serve cervejas, a mulher de burca bebe conhaque, punks de feições orientais ou africanas fumam e jogam sinuca ao redor.

Não estamos numa caverna afegã, mas sim num bar plantado no vale do Anhangabaú, centro velho de São Paulo. O suposto Osama, proprietário do Bar Bin Laden e sósia perfeito do dito cujo, é cearense e se chama Francisco Fernandes. A mulher de burca se chama Elke Maravilha. Um jornalista participa da cena, ouvindo atentamente o discurso risonho e todo povoado por mitologias que a mulher não pára de proferir.

Nessa noite, Elke não usa nenhuma das perucas exóticas que a tornaram célebre nos programas de jurados de Chacrinha e Silvio Santos e a fazem identificável à primeira vista. Mesmo assim, a pele alva é facilmente reconhecível e atrai abraços e pedidos de autógrafos por parte dos punks.

Elke tem zanzado livremente por São Paulo, da avenida Paulista (no apartamento do amigo e diretor Rubens Curi, no mítico edifício Baronesa de Arary), ao Bar Bin Laden, e do Espaço Parlapatões na praça Roosevelt a unidades do Sesc em cidades próximas à capital. Nesses últimos, ela apresenta o show musical Do Sagrado ao Profano, no qual canta em português, espanhol, russo, alemão e grego.

Agora com 63 anos, a ex-modelo por vezes esbarra nas notas musicais. Não chega a ser propriamente uma boa cantora. Mas cria no palco uma atmosfera em que acontecimentos inesperados despencam a cada minuto. Logo de cara, canta algo do folclore mineiro, e leva o espectador a se perguntar em que lugar do planeta ele veio parar, ou de que planeta é a pessoa que está no palco, ou ambos.

Mas imediatamente começa a contar histórias surpreendentes, que aos poucos dissipam o estranhamento. Explica que nasceu russa, em Leningrado (atual São Petersburgo), e foi criada brasileira entre descendentes de africanos, na fazenda Cubango, em Itabira, Minas Gerais, a mesma cidade onde nasceu Carlos Drummond de Andrade. E isso é apenas o começo.

No pico do Baronesa de Arary, ela lembra a infância mineira: "Andava a cavalo como uma maluca. Eu era um centauro". Mostra ao jornalista e ao fotógrafo o único documento que possui, o Registro Nacional de Estrangeiros, onde é classificada como "apátrida". Ou seja, Elke Grunupp não pertence a pátria alguma.

Essa condição remonta ao ano de 1971, num aeroporto brasileiro. A então modelo viu um cartaz oficial de "procuram-se subversivos" e nele reconheceu o filho da estilista Zuzu Angel, sua amiga, que ela sabia ter sido assassinado pela ditadura militar. Indignou-se e saiu arrancando todos os cartazes que via. Foi pega no ato, levada ao Dops, presa "por violação da Lei de Segurança Nacional". Teve todos os documentos confiscados, e nunca mais os resgatou.

A rebeldia contra pátrias e o convívio com tempos de guerra ela traz do berço. Descendente de azerbaijanos, mongóis e vikings ("em viking, elke significa alce"), o pai, George Grunupp, insurgiu-se contra o stalinismo e a União Soviética natal, em 1939. Agregou-se ao exército finlandês, contra a própria pátria.

A mãe, Lieselotte Von Sodern, era alemã, nobre que se apaixonou por um plebeu. "A árvore genealógica dela chegava a Frederico, o Grande. Até a guerra pintar, nobre não se mistura com vira-lata", filosofa a filha. Lieselotte tinha Elke na barriga havia três meses, quando George foi preso e isolado na Sibéria, de onde fugiu seis anos depois.

"Na primeira vez que vi meu pai, aos seis anos, bati com um martelo na cabeça dele. Quem era aquele homem que eu não conhecia?" Era o homem que, para não ser repatriado à Rússia, traria filhos e esposa ao Brasil, para morar em chão batido à luz de lamparina. E é o homem cuja lembrança lhe arranca lágrimas, no único momento da entrevista em que interrompe as ondas contínuas de alegria esfuziante. Não são suficientes, as lágrimas, para borrar a maquiagem em densas camadas abaixo da peruca loura rastafári. Maquiada, Elke (quase) nunca sofre.

"Meu pai escolheu o Brasil porque para ele era o país das infinitas possibilidades. E é. Chegamos na baía da Guanabara e fomos despejados num campozinho de concentração na Ilha das Flores. Hoje é um quartel", lembra. "Aqui judeu se dá com árabe e vão juntos para a macumba."

Saca um pacote de fotografias puídas da carteira e mostra uma foto sua entre quatro homens louros queimados de sol. É ela com seus irmãos, em Serra Pelada, no Pará, onde os quatro foram garimpeiros. "É como naquela canção (cantarola), meus irmãos perderam-se na vida em busca de aventura. Pegaram a maior pepita do Brasil, mas do jeito que veio foi."

Com uma latino-americana, um desses irmãos teve três filhos brasileiros, de descendência múltipla. Hoje adolescentes, e punks com piercings espalhados pelos rostos, são eles que levam a tia (e também a mãe) ao encontro do falso Bin Laden árabe-cearense-paulistano.

Se o pai falava 14 línguas, ela fala "apenas" oito, o que não quer dizer que dependa delas. Nômade, já passou horas numa praça no Japão, conversando com mendigos, ela em português, eles em japonês. Não inclui o latim entre as que domina, mas já deu aulas daquele idioma (também trabalhou como bancária, bibliotecária, secretária e tradutora).

Mostra outra foto, dela com o traficante carioca Bira Charuto. "Fui escolhida madrinha dos presidiários, por ele e por Lúcio Flávio. Disseram que eu era a única que não tinha preconceitos contra eles."

Elke foi amiga íntima da psiquiatra Nise da Silveira ("eu falava que ia visitá-la, ela dizia 'então venha bem colorida'"). É fã inveterada da Emília de Monteiro Lobato e de Jânio Quadros ("ele foi o único que devolveu terra para índio, botou preto para ser embaixador e condecorou Fidel Castro e Che Guevara"). Faz até hoje visitas a presídios, e se coloca na roda quando fala de Bira, assassino e assassinado. "Nunca peguei numa arma para matar. Mas matei", afirma, apontando o dedo para a própria cabeça, como a indicar assassinatos imaginários cometidos ali por dentro.

Foi essa figura que aprimorou ao longo dos anos a técnica (e a provocação) de se semi-ocultar sob perucas, fantasias e adereços e seu autotransformar em "carro alegórico ambulante", como ela em certo momento se autodefine. Hoje, ela condensa numa só frase os propósitos do ritual que pariu uma Elke "maravilha" das entranhas de Elke Grunupp: "Quem sabe um dia eu consiga fazer de mim mesma uma obra de arte".

Sobre por que criou a Elke extravagante que conhecemos, nada responde. E se põe a falar do poeta Drummond. "Cruzei com ele um dia na avenida Nossa Senhora de Copacabana. Até hoje isso me arrepia", interrompe-se e aponta o braço arrepiado. "Fiquei naquela, um monstro sagrado, vou falar com ele ou não vou? Mas foi ele que veio falar comigo!", arregala os olhos. "Ele disse: 'Gosto tanto de você, fico tão feliz quando te vejo na tevê. Agora, Elke, que surrealista você ser mineira de Itabira.'"

Ela supôs que a estranheza do poeta vinha do fato de ser alta e loura, mas o que espantava Drummond era saber que uma itabirana tomara para si a missão de alegrar as tardes televisivas de sábado. "Ele disse: 'Não é a imagem, é a alma diferente. Nós, itabiranos, somos fechados, taciturnos. Somos em cima do muro. E você é o oposto'".

Sim, em cima do muro ela não fica. Logo à chegada do repórter para a entrevista, pronta para a guerra, põe-se a elogiar o Osama "original", bem antes de se aventurar pelo bar do "falso" Bin Laden. Declara apoio à derrubada das Torres Gêmeas ("alguém tem que reagir, poxa"). Diz que a humanidade não é pacífica nem está preparada para a paz. E que adorou quando Bush Jr. se reelegeu, pois assim "a queda" seria mais rápida.

"Ídolo em grego é espelho, e eu não me vejo mal em Bin Laden", confessa a moça extrovertida que divertiu e coloriu sábados e gerações de brasileiros. "Eu, como qualquer pessoa, sou deus, demônio, santo, bom, mau. Só que mostro mais a sombra, não tenho pudor de mostrar."

segunda-feira, dezembro 08, 2008

elke vs. aracy, segundo elke

dando prosseguimento, segue abaixo o depoimento literal de elke maravilha sobre seu entrevero com a jurada de calouros e cantora (umas das maiores de todos os tempos no brasil, por sinal) aracy de almeida.

tu verás que o texto abaixo, "o dia em que e.m. quase apanhou de a./de/a.", foi inspirado na fala da elke, em parte livremente, em parte presamente ao ângulo de visão dela (aracy não está mais aí para contar essa, nem nenhuma, história). uns samples, umas colagens, umas invenções, umas reinvenções (alguma mentira, será?)...

brincadeira, brincadeira, só brincadeira, mas o que é que tudo isso suscita em cada um de nós, hein? como estão impressas no computador interno da gente as figuras da aracy, do chacrinha, do paulo sérgio, do pedro de lara, da elke, da joanna, da maria de fátima?

até tenho umas caraminholas na cachola, mas queria era ouvir de vocês...

à fala de elke, então, por favor:


"ah, chacrinha é o máximo (ri). Uma pessoa muito, muito incrível. um gênio, gênio no palco, gênio fora do palco. uma pessoa que era brasileiro mesmo. ele era brasileiro. o programa dele foi a última coisa brasileira que tivemos, né? porque ele botava tudo: preto, branco, roxo, com dente, sem dente, santo, demônio, puta, mau-caráter, louco, careta, tudo ali. Mostrava: 'isso somos nós'."

"logo que comecei, me botaram do lado do pedro de lara. ah, foi sopa no mel. uma coisa maravilhosa, pedro era uma coisa. (pergunto sobre aracy de almeida) aracy!, também lá, no chacrinha. aracy de almeida, maravilhosa, uma vez ela quase me deu porrada. Teve que vir a turma do deixa-disso, que ela ia me dar porrada."

"seguinte. um dia chacrinha fez um programa na globo com todos os que foram calouros dele, os que deram certo e ficaram famosos. então foi a joanna, foi o paulo sérgio, foi... quem mais, meu deus? foram todos. e quem ganhasse, uma instituição de caridade ganharia um dinheiro, não sei o quê. e tinha uma moça que tinha recém-ganho no chacrinha, maria de fátima, me lembro até o nome. cantava muito bem, mas ainda não estava assim um sucesso. mas era muito boa. e eu era a primeira a votar."

"nesse dia, eu me lembro muito bem, eu estava com um cabelo desse tamanho e uma pomba branca na cabeça, e era uma pomba de verdade, empalhada. uma pomba branca na cabeça, enorme. eu era a primeira a votar, pensei com meus botões: 'sabe uma coisa? eu vou votar na maria de fátima, porque, coitada, ela não vai ter um voto. todo mundo vai votar na joanna ou no paulo sérgio'."

"eu: 'maria de fátima'. gente, eu votei na maria de fátima, todo mundo votou na maria de fátima. (enfatiza) todo mundo votou na maria de fátima. só ela, aracy de almeida, que votou no paulo sérgio, que ela era apaixonada. e ela pensou que eu tivesse feito uma tramóia com o júri. agora olha para a minha cara, se eu sou disso. mas parece que chamou, né?"

"gente, ela veio com tudo pra me dar porrada, um monte de homem teve que segurar ela, porque ia me dar porrada. ia. disse que eu estraguei o programa, que não sei o quê. aí o painho: 'mas, elke maravilha, o que que você fez?'. falei: 'painho, eu não fiz porra nenhuma, eu votei na maria de fátima porque achava que eu ia ser a única!'. olha..."

"(pergunto se ficaram brigadas depois disso) não, eu nunca briguei com ela, e ela também esqueceu (gargalha). ela tinha até o direito de me dar porrada, porque ela podia (gargalha). aquela podia (ri)."

quinta-feira, dezembro 04, 2008

o dia em que elke maravilha quase apanhou de aracy de almeida

era uma vez o programa do chacrinha na televisão.

diz que um belo dia o chamado "velho guerreiro" fez uma edição especial de seu programa de calouros, na qual competiriam ex-calouros que haviam ficado famosos no panorama nacional, como por exemplo joana (aquela do "meu namorado é um sujeito ocupado") e paulo sérgio (por vezes detratado como "imitador" de roberto carlos, mas proprietário por usucapião do clássico pop "última canção"). cada competidor representava uma instituição de caridade, ou coisa parecida, e o prêmio daquele que vencesse seria transferido para a respectiva instituição.

aracy de almeida era jurada do chacrinha, e foi jurada naquele certame.

elke maravilha também.

aracy de almeida, maravilhosa, era totalmente apaixonada com o paulo sérgio (e nisso eu acho que ela estava certíssima, porque ele era um baita cantor mesmo - assim como a própria aracy também era, aliás).

elke maravilha, no dia daquele certame, tinha um cabelo deeeesse tamanho e uma pomba branca na cabeça - e era uma pomba de verdade, empalhada. uma pomba empalhada, mas de verdade. uma pomba da paz, mas empalhada.

havia outros cantores conhecidos competindo, quem mais, meu deus? estavam todos lá, inclusive a joanna, e o paulo sérgio.

e havia uma outra ex-caloura, uma moça que tinha recém-ganho a corrida de calouros do chacrinha. ela se chamava maria de fátima.

apresentados os platinados competidores, coube à jurada "do bem", elke maravilha, decretar o primeiro voto. e ela pensou, ali com seus botões, que ia votar na maria de fátima. coitadinha, todo mundo ia votar na joanna ou no paulo sérgio, não ia sobrar voto para a maria de fátima.

votou.

"maria de fátima."

os jurados que vinham a seguir eu não lembro quais eram (alguém lembra? estaria o pedro de lara presente naquele dia?), mas o fato é que eles vieram em seqûência a elke e vota, em seqüência, todos, na maria de fátima. "maria de fátima." "maria de fátima." "maria de fátima." gente, todo mundo votou na maria de fátima! (será que esse episódio ajudou a indicar nome de batismo para a vilã de glória pires na novela "vale tudo"?)

aracy, jurada "do mal" e apaixonada com o paulo sérgio, ficou fula. teve certeza de que a "boazinha" da elke havia armado tramóia com os demais jurados para emplacar aquele diacho de maria de fátima contra o incrível paulo sérgio.

"ni qui" aracy deparou com elke nos bastidores do homem da buzina e do bacalhau, partiu com tudo por cima da loura alta que carregava a pomba branca da paz (embora empalhada) no alto do coco. maravilhosa, a morena atarracada e encaracolada estava disposta a pregar porrada no sorrisão branco da outra, hoje a cobra ia fumar.

a turma do deixa-disso teve de aparar o princípio de crise, se não um crash propriamente dito. um monte de homem teve que segurar a aracy, maravilhosa, porque ela ia encher a elke de porrada mesmo.

acalmados os ânimos nos bastidores globais, chacrinha, bem paxá, veio ralhar com a afilhada (a elke, não a araca): "mas elke maravilha, o que foi que você fez?!".

elke arregalou aqueles olhões dela e armou o escudo defensivo: "painho! eu não fiz porra nenhuma!, eu votei na maria de fátima!, porque achava que eu ia ser a única!". babado.

(mas e a rita cadillac?, teria a rita cadillac testemunhado todo esse quiproquó?, teria a rita cadillac incentivado sutilmente o duelo, com aquele seu dedinho de "roda e avisa"?)

depois a crise passou, até porque algumas crises são assim, vão-se embora do mesmo jeito que vieram. elke ficou na sua, nunca brigou com aracy, não se atreveu a tanto (até porque não era besta nem nada, né?). e logo a própria aracy esqueceu o entrevero, e tudo voltou a ser como dantes no quartel de abrantes.

e como é que eu sei disso tudo? agüenta um pouco aí, que eu já te conto.