quarta-feira, agosto 26, 2009

o silêncio dos súditos

Este meu texto que vai copiado abaixo foi publicado na edição do sábado 22 de agosto de 2009 no "Correio Braziliense", lá do Distrito Federal (e viva a descentralização!). Escrevi sob encomenda do Carlos Marcelo, que, além de editor do suplemento "Pensar", do "CB", é autor da bela biografia "Renato Russo - O Filho da Revolução" (ed. Agir, 2009).

O texto foi publicado com uma ilustração linda, que não sei descrever em palavras. E talvez diga mais ou menos o contrário do tópico anterior, "aquela casa simples", mas... Ora, por que uma determinada afirmação haveria de ser anulada pela afirmação contrária a ela, não é mesmo? Se não fôssemos - ou formos - maniqueístas...


O silêncio dos súditos

De Roberto Carlos, que completou 50 anos de reinado, a Luiz Gonzaga (eterno rei do baião), a música popular é regida pela monarquia. E um país que necessita de reis é, forçosamente, um país cujos filhos não se acostumam a ser reis deles próprios

PEDRO ALEXANDRE SANCHES
ESPECIAL PARA O CORREIO

“Roberto Carlos é o rei do iê-iê-iê”, cantarolava Chico Science em 1994 na abertura da versão de sua Nação Zumbi para o hino soul Todos Estão Surdos, gravada originalmente em 1971. Naquele sotaque pernambucano e naquelas sonoridades manguebit, a homenagem quase parecia mais devotada a Luiz Gonzaga, o “rei do baião”, ou a Lampião, o “rei do cangaço”, do que propriamente ao “rei do iê-iê-iê”, a quem o tributo se dirigia.

O caso é que nós, nascidos no século 20, gostávamos à beça de nos decretar governados por “reis”. E nem cabe aqui aquele papo surrado de que “só mesmo no Brasil...”, pois outro dia mesmo morreu lá na autoproclamada democracia dos Estados Unidos da América um “rei do pop”, Michael Jackson, anos após ter passado um período casado com a filha de um falecido “rei do rock”, Elvis Presley.

De modo geral, somos doidos por entronizar um reizinho, mesmo que não vivamos em monarquias nem estejamos falando propriamente sobre sistemas políticos. Pelé é “rei” honorário no futebol, e não temos uma correspondência em termos de “rainhas”. Carmen Miranda foi “rainha”, mas era chamada de Pequena Notável (“pequena”, perceba), e não de “rainha”. OK, por anos Xuxa foi “rainha dos baixinhos”, mas o tempo mostrou que não era vitalícia, certo?

“Reis” júniors tivemos alguns esporádicos, como Ronnie Von, “pequeno príncipe” dos tempos da jovem guarda do “rei” Roberto (Wanderléa não era “rainha” nem “princesa”, apenas “ternurinha”). Mesmo lá fora, em contraponto ao “rei” Michael Jackson havia sua majestade, o Prince, tão talentoso quanto, mas de fôlego menos duradouro. Tampouco foi consagrada realeza à sempre espertíssima Madonna, um dos poucos “reis” ainda em atividade em 2009 (pelo menos no pop) – antes mesmo da coroação do sucesso, ela preferira ser mãe profana de Jesus a ser imperatriz.

O xis da questão mora mesmo no trono do “rei”, e fiquemos por ora só no caso brasileiro. Se muitos contestam a realeza de Lampião e poucos recordam a de Gonzagão, Roberto Carlos indubitavelmente conserva seu título por décadas suficientes para ser não só “rei”, mas “rei” de permanência e durabilidade. Note, como prova, a avalanche de marketing apelidada de “50 anos de carreira” destinada a conservar o poder de nosso, bem, “rei”.

Ele desfruta do recorde aparentemente vitalício qual um papa em seu manto sagrado. (Por sinal, a bossa nova não era movimento religioso e teve seus “papas”, mas não nomeou “reis”.) Nos anos 70, RC cantava que “eu quero ter um milhão de amigos e bem mais forte poder cantar”, mas talvez o que estivesse querendo intimamente dizer – e conseguiu de fato, diga-se – era “eu quero ter vários milhões de súditos e bem mais forte poder reinar”. Foi feita a vontade de sua majestade.

A cara do Brasil

Roberto era o homem certo na hora certa de um país num período certo como dois e dois são cinco. Ajustou-se precisamente a um modelo de ditadura, com sua panca de brasileiro bom moço, cordial, humilde, obediente e submisso. Criou-se uma simbiose, a ponto de Roberto Carlos ter virado um sinônimo perfeito de Brasil, ou pelo menos de uma determinada cara de Brasil - sincera, sofrida, tristonha.

No entanto, veja bem, a perpetuação no poder monocrático não é primazia do ex-menino capixaba de Cachoeiro do Itapemirim. As primeiras décadas de “governo” de Roberto Carlos foram tempos pródigos em providenciar o advento de “reis” de longevidade impressionante, mesmo que não andem por aí alardeando o titulo.

Exemplos? Presidente da Ordem dos Músicos do Brasil (OMB) desde o início do regime militar, o recém-deposto Wilson Sandoli jamais se disse “rei” – mas foi de fato, munido de poderes despóticos autoconcedidos (e às vezes até de armas de fogo), e bovinamente legitimados pela plebe musical brasileira. Enquanto o show tinha que continuar, Roberto era “rei” no palco e Sandoli fazia as vezes na coxia. E exercia poderes ilimitados, a ponto de, segundo sustentam seus opositores, comprar sedes para a OMB sem dar satisfação para ninguém.

Quer outro “rei” incontestável, um que pela designação talvez chamássemos de “rainha”? Eis a mui masculina Rede Globo, hegemônica em audiência há 44 anos e influente a ponto de quase ser compreendida como sinônimo de Brasil. Não à toa, é a rede que cooptou já nos anos 70 o “rei” musical do qual é até hoje “patroa”. Alguém conseguiria pensar em Globo, Natal e Roberto Carlos sem pensar em Brasil?

Nos calcanhares de dona Globo sempre esteve um tal Silvio Santos, que não chegou a arranhar a liderança do canal ao lado, mas impera ininterruptamente no imaginário popular desde que a TV brasileira amarrava linguiça com cachorro. Outro dos domínios televisivos: seu titulo máximo pode ser o de “trapalhão” (o “bobo da corte”?), mas alguém duvida que Renato Aragão é “rei do humor” brasileiro desde que Roberto Carlos era mocinho?

Mãos de ferro

Para muito além da música e da TV, parece interminável o rol de poderes, instituições, empresas, associações e congêneres dirigidos há tempo equivalente pelas mesmas mãos de ferro, muitas vezes em regime familiar, tradicional e proprietário.

Estamos falando de um país que se acostumou não a uma monarquia, mas a uma ditadura (ou várias), instalada quando o menino Roberto Carlos cantava Splish Splash e É Proibido Fumar. Esse regime foi convencionalmente extinto em 1984, de início pelas mãos de José Sarney (outro “rei”?). Mas o que talvez a permanência de tantos “reis” indique é que ainda continuamos nos libertando, pouco a pouco, dia após dia, dos hábitos e costumes que nos fizeram uma ditadura.

Não deve ser à toa que não se encontram novos aspirantes a “reis” no horizonte. A popularidade não tem sido suficiente para coroar as cabeças de, digamos, Padre Marcelo Rossi, Joelma & Chimbinha, Ronaldo ou Mano Brown. O desmonte da monarquia prossegue com a vagareza das tartarugas.

Mas, quem diria, lá se vão 15 anos desde que Chico Science abrasileirou o iê-iê-iê e tratou com fina ironia o título de nobreza do ídolo RC. Pois sabe como terminava sua Todos Estão Surdos? Com a repetição persistente dos seguintes dizeres: “Ói. Escute. Você que está aí sentado. Levante-se. Há um líder dentro de você. Governe-o. Faça-o falar”. Um país que necessita de reis é, forçosamente, um país cujos filhos não se acostumaram a ser reis deles próprios. E Chico Science, morto precocemente em 1997, já atentava contra essa tal monarquia que desde então não para mais de cair.

Pedro Alexandre Sanches é jornalista e autor dos livros Tropicalismo – Decadência Bonita do Samba (Boitempo, 2000) e Como Dois e Dois São Cinco – Roberto Carlos (& Erasmo & Wanderléa) (Boitempo, 2004)

sábado, agosto 22, 2009

aquela casa simples

Fui ontem ao ginásio do Ibirapuera, assistir a mais um show do Roberto Carlos. E me emocionei muito, muito, muito, como há muito tempo não acontecia - de chorar praticamente toda a primeira metade do show.

Não sei se sei explicar por que tanta choradeira, por um espetáculo que afinal de contas não deixa de ser idêntico a todos os outros que ele promove há séculos.

Mas sei que me emocionei influenciado por uma conversa que tinha tido um dia antes, sobre o Brasil. Sobre o direito que nós, brasileiros, temos (e na maior parte do tempo não desfrutamos) de nos orgulhar do Brasil. Sobre perceber e reconhecer o que de bom, ótimo e excelente anda sobrevoando por aí. Sobre abrir os olhos e sair do círculo vicioso medíocre dos "midia victims", do nhenhenhém enfadonho de só criticar, criticar, criticar, e só reclamar, reclamar, reclamar, do senado, do Sarney, da "mentirosa" Dilma, da gripe suína, do assassinato da menininha atirada pela janela, do inverno que não acaba, do calor que faz suar, da chuva, do sol, da lua, da nuvem. Sabe a Hiena Hardy, "ó céu, ó dia, ó vida..."?

Fui para o Ibira nesse espírito neobrasileiro, disposto a ver e admirar Roberto Carlos como algo e alguém de que tenho razões suficientes para me orgulhar muito, muito, muito. E aí foi fácil: foi só abrir a torneirinha de choradeira - difícil depois era fechá-la de volta.

É evidente que colabora à beça para esse humor o fato de que ele, o cara, está num momento especialmente iluminado. Cantando bem como o capeta, se me permitem a blasfêmia. Aparentemente seguro e sabedor do tamanho acumulado pelos seus 50 anos de música. E transmitindo com simplicidade e clareza ao público a constatação de que ele, RC, ama intensamente as canções que escreveu (quase sempre em duo com Erasmo Carlos, e isso ele esqueceu novamente de mencionar).

Um dos fios condutores centrais do meu livro "Como Dois e Dois São Cinco" (Boitempo, 2004) consiste em demarcar, sempre que possível, que desde que despontou para o "sucesso" Roberto Carlos é a cara do Brasil, Roberto Carlos é o brasileiro por excelência, Roberto Carlos é o Brasil refletido no espelho, Roberto Carlos É o Brasil.

Por isso é quase desconcertante ir até lá e vê-lo tão bem, tão encantado consigo mesmo e com suas canções. Porque se Roberto Carlos tem passado os últimos anos se tratando e se curando de suas feridas psíquicas, e se Roberto Carlos anda tão bem e tão iluminado, só posso ser fiel ao meu amado "Como Dois e Dois São Cinco" e concluir: o Brasil tem passado os últimos anos se tratando e curando de suas feridas psíquicas, e o Brasil anda tão bem e tão iluminado que dá vontade de chorar.

[Coincidência ou não, depois do show eu fui para o Bar Secreto e de repente apareceu na minha frente uma garota cearense, chamada Isadora, amiga da Karine Alexandrino (autora do disco "Querem Acabar Comigo, Roberto"). Eu e Isadora não nos conhecíamos, mas ela me disse que gostou muito do "Como Dois e Dois São Cinco", e que Roberto Carlos, mesmo "neurótico", a emociona demais. Foi difícil não desatar a chorar de novo, que dia, Nossa Senhora!]

Mas, então, não é só vontade de chorar. Minha torneirinha de chororô continua ligada e jorrante até agora. Aliás, acho que sei por que choro tanto: desse estranho e ainda meio desconhecido sentimento de felicidade-liberdade. E de orgulho de Roberto Carlos, ou seja, do Brasil. Chuif.

quinta-feira, agosto 20, 2009

esta luz só pode ser jesus

Só gostaria de fazer um comentário sobre "A Fazenda", porque, não adianta, eu não consigo deixar de me interessar e ficar ligado nesses shows de realidade.

Ao que tudo indica, quem vai vencer "A Fazenda" é o Dado Dolabella, aquele canastrão - ou "polentão", como meu velho pai dizia para se referir à canastrice interpretativa do Tarcísio Meira quando o Tarcísio Meira ainda era galã.

Está tudo nos conformes, o Dolabella Jr. (não sei quem se lembra, mas o pai dele era uma figura meio repulsiva, meio vilanesca das novelas globais dos anos 70) desde o início contou mesmo com a simpatia instantânea da torcida. Mas. Foi bastante interessante e instrutivo acompanhar a construção da vitória do rapaz pelos... inimigos dele.

É o enredinho básico de todos os shows de realidade. Logo de cara a turma detecta o potencial vencedor de um determinado candidato, e toma como meta principal derrubá-lo. Por isso, passa a persegui-lo, constante e obsessivamente. E exatamente por isso, e em geral na condição autoconstruída de "vítima", o "pobre" consolida um percurso (sofrido, mas) "vitorioso" e, bumba!, fatura o milhão.

Ou seja, os "perdedores" pavimentam o caminho doirado do "vencedor".

Todo mundo há de lembrar uns três ou quatro ou cinco fulanos que venceram assim o "Big Brother". O cara do lado de cá do espelho se identifica com o perseguido porque também se sente um eterno perseguido, pronto, simples assim.

E não sei se esse método brota da "vida real" para os confinamentos, ou foge deles para ela, ou ambos, mas não é só nas telas da Globo e da Record que a fórmula se consagra e se repete. Longe disso.

Por exemplo, se aquele maluco chamado Luiz Inácio Lula da Silva surfa em ondas colossais de popularidade e prestígio, em alguma medida não seria esse seu percurso pavimentado pela espuma raivosa babada pelas bocas de Vejas, Folhas e Globos? Será que eles nos fazem este bem, sem sequer saber? Será que lá nas profundezas dos fundos dos porões das mentalidades eles desejam o bem do Brasil, ainda que o bem do Brasil seja o contrário do que eles mais desejam?

E, a bordo da histeria midiática destes dias que correm, você se espantaria se, num futuro breve, José Sarney fosse eleito para o cargo que quisesse, se o quisesse?

E alguém conhece um brasileiro com mais cara de "vítima" que o "rei" Roberto Carlos?

E a Dilma Roussef, estará secretamente torcendo para que apareçam muitas e muitas e muitas fichas policiais falsas, Linas, Marinas e que tais? (Não estou sendo original aqui, vários têm apontado o efeito fermentador do ódio contra Dilma no crescimento da aceitação a Dilma. Ainda que ogros, damas de sociedade, intelectuais sensíveis e reginas duarte em geral gritem aos quatro ventos seus picarescos "eu tenho medo da Dilma".)

Outro que sabe muito bem se servir da condição de perseguido é aquele homem franzino e de expressão aparentemente impassível chamado Edir Macedo, o bispo-mor da Igreja Universal. Vi ele outro dia no domingão da Record falando mais ou menos isto: que é perseguido, que sempre foi perseguido (inclusive dentro de camburão) e que assim continuará sempre sendo. Está feita a "vítima", pronto, eis a sopa no mel para que seu enorme contingente de admiradores aumente em progressão continuada e autossustentável. Mas, também, om o auxílio luxuoso e platinado de sua maior inimiga, dona Globo - que, no sonho de destruir seu Dolabella particular, brinca com o fogo de rejeitar, ofender e se indispor com o imenso eleitorado evangélico disponível no Brasil.

(Aliás, veja a ironia: há uma evangélica à beira de se tornar candidata à presidência da República, também sob o patrocínio aloprado de inimigos de Lula e Dilma como José Serra, Globo, Veja, Folha & cia limitada.)

E este meu vaivém maluco por personagens disparatados tem um só objetivo final: observar que neste domingo, quando se consumar a vitória do Falabella, quero dizer, Dolabella, o símbolo que estará emoldurado atrás dele não é apenas mais uma enfadonha vitória do "perseguido".

Simbolicamente, o "vencedor" por trás do tão perseguido Dado Dolabella é Edir Macedo, o homem que lhe pagará o prêmio-bagatela de 1 milhão de reais.

sexta-feira, agosto 14, 2009

#cricritwitter ana carolina, "n9ve"

E aí então ficou mais ou menos assim (mais ou menos, porque houve mais tweets, digo, piados que ficaram abrigados pelo guarda-chuva #cricritwitter) (e, outra coisa, pela dinâmica do Twitter os piados estão do mais recente para o mais antigo - se você não começar de baixo para cima, provavelmente não vai entender bulhufas):

ecostela Também gostei. RT @mauriciostycer RT @pdralex #cricritwitter @arnaldobranco Sensacional! http://migre.me/5eEW

paulo_mais tb ñ sei. mas se fosse seguida pelo PAS, a audiência do #cricritwitter aumentaria RT @Leoni_a_jato: ... Nem sei se a AC tem Twitter

georgianicolau RT @pdralex: #cricritwitter @arnaldobranco Sensacional! http://migre.me/5eEW

janjagomes @pdralex #cricritwitter de qualquer maneira, o disco soa bem, a vontade da moça de mudar é louvável. Se quiser umas internas ask JP later.

mauriciostycer RT @pdralex #cricritwitter @arnaldobranco Sensacional! http://migre.me/5eEW

pdralex #cricritwitter @arnaldobranco Sensacional! http://migre.me/5eEW

pdralex @janjagomes A gente tem que fazer uma #cricritwitter em dupla, então! Um vai pela popa e o outro vai pela proa!

Leoni_a_jato O grande público não está aqui, com certeza. Muito menos te seguindo ou seguindo quem te segue RT @pdralex: #cricritwitter

janjagomes @pdralex #cricritwitter eu sou o oposto rs.. preciso fazer esforço p focar na letra. Mas faz parte do aprendizado. JP arrasando no sambas!

Leoni_a_jato Quem te segue é que prefere o Lucas RT @pdralex: #cricritwitter Conclusão é que no Twitter Lucas Santtana é mais popular que Ana Carolina?

pdralex @janjagomes #cricritwitter Foi, Janja. Tudo muito rápido pra colocar tudo ao mesmo tempo... Somando que essa parte não é muito meu forte...

BrMorais @pdralex #cricritwitter não é diva ! por isso o delirio fantastico é bonito!

mauriciostycer @pdralex experimenta fazer #cricritwitter do Little Joy

DeboraFreires @pdralex Lucas Santtana é MARA. #cricritwitter Conclusão 2: Popular é ser cult no Twitter!

janjagomes @pdralex #cricritwitter alias onde se acha uma ficha tec do disco? Ja baixei ele no 4shared, mas no site dela so da p ouvir uma musica rsrs

janjagomes @pdralex #cricritwitter quero dizer, passou longe dos musicos, da produçao.

janjagomes @pdralex #cricritwitter Cheguei tarde mas to lendo as historinha. So uma cricritica corporativa. Isso foi uma analise só da Ana C. né

chicobarney @pdralex ou talvez que a cricritwitter fosse uma novidade mais quente semana passada!

pdralex #cricritwitter A conclusão é que no Twitter Lucas Santtana é muito mais popular que Ana Carolina? Tudo depende mesmo do referencial, hein?

pdralex #cricritwitter Pra encerrar, repara só: quando cricritiquei Lucas Santtana ganhei uns 120 seguidores. Hoje ganhei uns 15 (fora os que perdi)

pdralex @vitorlop #cricritwitter Verdade, Vitor, ousadia (formal, né, poque outras ela tem) não é a praia dela... Ninguém pode ser tudo...

pdralex @BrMorais #cricritwitter Fiquei meio nervoso hoje... É muito rápido pra conseguir completar raciocínio... :-)

euamotubaina @pdralex qdo é q o #cricritwitter vai acontecer em um buteco?

pdralex #cricritwitter Hahaha RT @viledesma@pdralex Eis o momento pérola: "identificação brutal com Caetano Veloso, outro rei da negatividade..." rs

BrMorais @pdralex #cricritwitter parabéns Pedro!! otima descoberta , muito divertido!

DeboraFreires @pdralex#cricritwitter É, voltamos ao "Não ouvi e não gostei". E quanto à grande dimensão do talento, falo na mídia, sucesso de público, etc

pdralex #cricritwitter @margochanning_ Ai, mas esta eu tô conseguindo perder, graças da Dios! Adoro cada vez mais! Nasci vizinho do Paraguai, pô!!

pdralex @CONTRATODOS #cricritwitter Ah, entendi! Tá cera, e daí?! Pessoalmente, num gosto muito, mas que importância tenho eu no oceano, né?!

pdralex #cricritwitter Vergonha nada, @DeboraFreires !!, a gente só pode perder preconceitos depois que admite que os tem...

juniorcaballero #ff #cricritwitter #followfriday #Sarney #Ongs ( Assunts do momento ).

pdralex #cricritwitter @DeboraFreires @pdralex O sotaque, o amor, a redundância de sonoridades. Sim, é preconceito!(vergonha)

BrMorais @pdralex #cricritwitter ,hehe também não curto o sample, mas a letra é bem massa, melodia boa também.

pdralex Mas tá cheio de artista assim, né? @paulo_mais #cricritwitter é muito difícil acreditar em alguém q se julga + importante q aquilo q canta

pdralex #cricritwitter Por que?! RT @CONTRATODOS @pdralex haha... pedro, você é o senhor mau dos tempos verbais! hauhauahuahauahuahauah

paulo_mais #cricritwitter é muito difícil acreditar em alguém q se julga mais importante do q aquilo q canta. implico muito com isso.

pdralex #cricritwitter @DeboraFreires Mas sem usar truque de cartola de cricrítico agora: o que de objetivo faz a música italiana ser brega?

pdralex #cricritwitter @DeboraFreires Também tendo a achar, mas... Preconceitoooooo!

CONTRATODOS RT @pdralex #cricritwitter @BrMorais Mas é legal aquela coisa ambígua com as divas, né? Pergunta: AC é (e/ou quer ser) diva, ou não?

pdralex RT @bebelfl #cricritwitter ana carolina é, por excelência, trilha sonora de fossa de fim de relacionamento. música feita de mágoa pura.

paulo_mais verdade. isso me intriga RT @pdralex: #cricritwitter @paulo_mais Mas são justamente as canções que o público dela canta em coro, de cor, né?

pdralex #cricritwitter @BrMorais Mas é legal aquela coisa ambígua com as divas, né? Pergunta: AC é (e/ou quer ser) diva, ou não?

pdralex #cricritwitter @BrMorais Hhahaha, Bruno, estava ouvindo hoje essa "Dadivosa", impliquei com o sample de Bethânia...

sgondim @pdralex #cricritwitter A letra de "8 histórias", segundo Ana Carolina já declarou em entrevistas, é fictícia, uma grande brincadeira

pdralex #cricritwitter @paulo_mais Mas são justamente as canções que o público dela canta em coro, de cor, né?

pdralex #cricritwitter Indo atrás de comentários que ficaram lá embaixo. @paulo_mais, "Ela se impõe acima da canção", pode ser...

bebelfl @pdralex #cricritwitter ana carolina é, por excelência, trilha sonora de fossa de fim de relacionamento. música feita de mágoa pura.

pdralex @paulo_mais #cricritwitter Ih, pois é... Apesar que tenho dificuldades com Jerry Adriani também... Preciso reouvir...

DeboraFreires @pdralex#cricritwitter "Tristeza não tem fim, felicidade sim." Cae negativo? Rarará!

BrMorais @pdralex #cricritwitter : a unica musica que gostei de ouvir dela ate hj é de uma paranaense, Dadivosa?, sera que sou bairrista?

pdralex ##cricritwitter Acabou o disco!

pdralex @sgondim #cricritwitter Adoro Bacharach, e James Taylor!!

pdralex #cricritwitter Ou, no território dos que nos supomos "cultos", a identificação brutal com Caetano Veloso, outro rei da negatividade...

pdralex #cricritwitter É muito o que move o poder inabalável de Roberto Carlos, também.

pdralex #cricritwitter "Traição", taí de novo aquela história da identificação negativa entre AC e seus fãs.

pdralex #cricritwitter Não que eu seja obrigado a amar (saudades de Cássia...), mas até que não dói tanto assim...

pdralex #cricritwitter E a gente no nhenhenhém da gritaria, do comercialismo, do preconceito...

BrMorais #cricritwitter warming live! muito bom!

DeboraFreires @pdralex Não é pecado, não! Só acho que seu talento é superdimensionado. E que eu, particulamente, a prefiro sem gritar.#cricritwitter - é +

pdralex #cricritwitter "Traição" com Esperanza Spalding, outra cantora respeitada de jazz (alem de brasileirófila), tô certo?

paulo_mais #cricritwitter Falando em Carmen Miranda, Isabella Taviani me mostrou um sambinha bem legal que lembra as coisas do assis valente com a CM

pdralex #cricritwitter @CONTRATODOS Hahaha, Densise, mas você sabe quem é a DEDICADA? eu não sei... momento "Caras", hahaha.

pdralex #cricritwitter @DeboraFreires E o que a gente teria contra isso, Debora? Querer ser bem-sucedido é, er, "pecado"?...

paulo_mais já se fosse Jovem Guarda! hehehe RT @pdralex: #cricritwitter Meio bossa nova também essa "Torpedo", né? Tenho preconceito, também...

DeboraFreires @pdralex #cricritwitter Nada é mais brega que música italiana. NADA.

pdralex #cricritwitter Meio bossa nova também essa "Torpedo", né? Tenho preconceito, também...

pdralex #cricritwitter Feito Michael Jackson, aliás.

pdralex #cricritwitter Sempre presto atenção em quem cita Carmen Miranda. CM era estivadora de muque, morreu de tanto carregar pedra nos EUA...

pdralex #cricritwitter Olha essa "Torpedo"! Carmen Miranda estilizada! Simpático!

ufrgstv O crítico musical Pedro Alexandre Sanches (@pdralex) está comentando em tempo real sua audição do novo CD de Ana Carolina. #cricritwitter

pdralex #cricritwitter Será que AC também toma esse preconceito - antiitaliano, antilatino, antiportuguês, pró-inglês - na testa?

sgondim @pdralex #cricritwitter Chiara Civello é cantora de jazz. Para conhecer: http://www.chiaracivello.com/

pdralex #cricritwitter Depois "ignorantes" são os outros, ai ai ai...

pdralex #cricritwitter Rola aí um condicionamento social (ótimo pros Bush e Obama), né? "Não gosto porque é em italiano", pluft, descarta.

paulo_mais Mas o do Renato Russo é bom. RT @pdralex: #cricritwitter Pelo jeitão derramado, deve ser. Mas minha mãe é descendente direta de italianos.

pdralex #cricritwitter Meu mais recente patrão, por quatro anos, era italiano militante e fanático, daqueles de detestar pizza brasileira...

pdralex #cricritwitter Pelo jeitão derramado, deve ser. Mas minha mãe é descendente direta de italianos.

pdralex #cricritwitter Italiano também é osso duro de roer, aqueles discos da Zizi Possi, socorro... Mas... Por quê? Por que o italiano me afugenta?

pdralex #cricritwitter Aí entra em italiano a Chiara Civello (autora de outras faixas do CD, por sinal). Alguém sabe quem ela é?

pdralex #cricritwitter A coisa melosa de "Resta" é bem o que me afugenta dela. Dói um pouco.

paulo_mais será? acho que ala se impõe acima da canção. isso q mata RT @pdralex: #cricritwitter Eu acho que Ana Carolina sofre um bocado de preconceito

pdralex #cricritwitter @viledesma Segue, o Bajofondo atravessa bem o disco, né?

BrMorais @pdralex #cricritwitter chatinha mais excelente é tipo binitinha mais ordinaria? :-)

CONTRATODOS RT @pdralex #cricritwitter excrusive eu acho que essa canção é fake gay. rs.

euamotubaina @pdralex mas esse cantar fazendo força não é biologicamente natural. é maneirismo (ou marca registrada) vide: Elza Soares #cricritwitter

pdralex #cricritwitter Eu acho que Ana Carolina sofre um bocado de preconceito - que em geral é desviado pra voz dela, pra gritaria etc. e tal.

CONTRATODOS RT "@pdralex #cricritwitter "8 Estórias" é excelente.. Chatinha, mas excelente..." pedro, ela dá nome ficticio às ex-vacas. segue o dilema

pdralex #cricritwitter "Toda boate tem um fundo de verdade" (2003), ela e Seu Jorge, a gay e o negro.

pdralex #cricritwitter Tira a homossexualidade do armário e leva direto pro imenso "público popular" que ela tem. Utilidade pública.

pdralex #cricritwitter Essa lista bem cafajeste de amantes mulheres, adoro. Nisso acho AC mais importante que em qualquer coisa:

pdralex #cricritwitter "8 Estórias" é excelente.. Chatinha, mas excelente...

pdralex #cricritwitter Tá, eu também implico com o jeito de cantar fazendo força (ou a voz dela é assim mesmo?, vão querer que faça plástica?), mas

pdralex #cricritwitter ...E 600 Los Hermanos, e trocentos fiscais do Sarney...

pdralex #cricritwitter “hoje eu tô meio implicante/ hoje você deu azar” (99)

pdralex #cricritwitter No ponto, @viledesma. Pode, claro! Só tô implicando com o efeito manada, tipo 400 bandas de folk ao mesmo tempo agora

bebelfl @pdralex #cricritwitter bom, pode não ter entediado o santo... mas já eu... resta ver se o show será bom! me apaixonei por ela ao vivo.

pdralex #cricritwitter Tipo "eu tranco a porta pra todas as mentiras/ e a verdade também está lá fora/ agora, a porta já está trancada” (99), p/ex.?

pdralex #cricritwitter Não dá para desprezar a letra de "Era", dá? A genrte pensa na AC como boa letrista?

pdralex #cricritwitter "Vai me levar e pronto, porque eu quero". Combina bem com AC. Seria autoritária também a relação dela com a legião de fãs?

pdralex #cricritwitter "Me ganhou vai ter que me levar" é legal. Forte. Mas também uma aproximação autoritária do amor, não?

pdralex #cricritwitter Agora vai, é bonitinha essa "Entreolhares"...

pdralex @bebelfl #cricritwitter Isso porque ela foi curta pra não entediar o santo, né, @bebelfi?

pdralex #cricritwitter A propósito, "não ouvi e não gostei" é bem boiada do Álvaro Pereira Jr., né?

pdralex #cricritwitter Vanessa da Mata emplacou com Ben Harper, vamos seguir a boiada.

pdralex #cricritwitter "Entreolhares" é das melodias grudentas bem Ana Carolina. John Legend cantando em inglês, mais uma vez o efeito manada:

mauriciostycer RT @pdralex #cricritwitter Toda crítica fast-food vaidosa se baseia no duplo truque:encontrar desculpas e pretextos p/ elogiar quem vc gosta

pdralex #cricritwitter Já tô ouvindo uns "não ouvi e não gostei" - é disto mesmo que estou falando...

bebelfl #cricritwitter eu particularmente fiquei entediada com esse CD novo da ana carolina. e eu amo ana carolina. mais do mesmo! @pdralex

pdralex #cricritwitter Auto-ironia inteligente, não?

pdralex #cricritwitter Não teve um papo de o disco ser curto, só nove faixas? "A minha oração é bem curta pra não entediar o santo"?

pdralex #cricritwitter "A minha oração é bem curta pra não entendiar o santo" é na mosca.

pdralex #cricritwitter Clichê: a cricrítica em geral não gosta (ou finge que não gosta) de AC. E o público dela é imenso.

pdralex #cricritwitter Se você anda de van ou coisa parecida, é claro.

pdralex #cricritwitter Começou a 3, "Tá Rindo, É?", "tocou atrasado e eu quase perdi a van" é certeiro em causar empatia.

pdralex #cricritwitter E garimpar desculpas e pretextos para ver "defeitos" em quem você não gosta.

pdralex #cricritwitter Toda crítica fast-food vaidosa se baseia num duplo truque: encontrar desculpas e pretextos para elogiar quem você gosta.

pdralex #cricritwitter E aí fui escrevendo aquelas minicríticas (podem ser chamadas de críticas) medonhas na "Folha" (estão no blog agora).

pdralex #cricritwitter Mas então, era cruel ter de aturar Ana Carolina com a presença de Cássia Eller. Eu não gostava nem um pouco.

pdralex #cricritwitter "Dentro": amor e mágoa, e uma pegada latina por trás.

lojadobispo RT @jampa: #cricritwitter Crítica ao vivo. De CD da Ana Carolina http://bit.ly/15b7Kv (via @arnaldobranco e @pdralex) Não ouvi e não gostei.

nandasavieira Queria brincar de #cricritwitter com o @pdralex, mas como um certo astrólogo costuma se repetir quando fala, terei que editá-lo.

pdralex #cricritwitter Forte o refrão de "10 Minutos". Entra naquilo que ela disse à Patrícia Palumbo, do público se identificar com ela no negativo

pdralex #cricritwitter Ela começava tomando de frente 2 comparações fortes: Zélia Duncan e Cássia Eller (a cantora que eu mais admirava então)

georgianicolau @pdralex vai cricriticar o N9ove, novo album da Ana Carolina, no twitter a partir de agora #cricritwitter

jampa #cricritwitter Crítica ao vivo. De CD da Ana Carolina http://bit.ly/15b7Kv (via @arnaldobranco e @pdralex) Não ouvi e não gostei.

pdralex #cricritwitter Ela começa cantando suave. Ela costuma gritar, e esse foi meu primeiro problema com a moça, ainda lá em 1999.

pdralex #cricritwitter "10 Minutos" começa bem Bajofondo TangoClub. Bonito, mas lembrando a abertura de "A Favorita".

pdralex #cricritwitter "N9ove", de Ana Carolina. Girando.

pdralex #cricritwitter a cricrítica não vai ficar menos fast food por causa disso. Mas futuramente podermos consultar a história desta crítica.

pdralex Só um pedido pra quem for brincar: escrevam #cricritwitter nas mensagens, por favor.

#cricritwitter

Então vamos brincar de seguir a sugestão do Ivan. Tio @pdralex irá cricriticar o disco novo de Ana Carolina, "N9ve", ao vivo, hoje (sexta-feira 14), a partir das 16h30 em ponto, via Twitter. Convido todo mundo a comparecer, e imagino que pode vir a ser especialmente divertido para quem quiser levar seu próprio exemplar do "N9ve" e ouvir junto. E aí vale tudo (até dançar homem com homem e mulher com mulher): participar, palpitar, discordar, sabotar, criticar, elogiar etc. etc. etc.

Então é isso, hoje, 16h30, no @pdralex do www.twitter.com


P.S.: alguns subsídios acrescentados às 13h24. Segue abaixo tudo que escrevi sobre Ana Carolina nos tempos de "Folha de S.Paulo", e a seguir apenas uma menção indireta na "CartaCapital".

"Folha", 27 de abril de 1999 (parece que as estrelinhas se apagaram com o tempo, no arquivo virtual do jornal...):

Ana Carolina

Guardada no armário da BMG por cerca de um ano, a mineira Ana Carolina, 24, desencanta e se integra ao coro das novas cantoras -Cássia Eller e Zélia Duncan são comparações imediatas. Destaca-se ao mostrar composições próprias/inéditas, mas derrapa em arranjos padronizados em batuque/programação e canto tenso. Ainda assim, é promessa em desenvolvimento. (PAS)
Avaliação:


"Folha", 24 de abril de 2001:

Ana, Rita, Joana, Iracema e Carolina

Artista: Ana Carolina
Lançamento: BMG
Quanto: R$ 25, em média
Ana Carolina, chegando ao segundo CD, parece ter dotes de compositora e tem atraído as manhosas rádios brasileiras. Mas em "Ana, Rita, Joana, Iracema e Carolina" se pauta pelos excessos, soando caricatural ao fazer da voz um panachê de vícios de Cássia Eller, Angela Ro Ro, Zélia Duncan e Alcione. Versão de pop vulgar italiano e uma leitura sem humor dos Sex Beatles pioram tudo. (PEDRO ALEXANDRE SANCHES)


"Folha", 22 de agosto de 2003:

Estampado

Artista: Ana Carolina
Lançamento: BMG
Quanto: R$ 28, em média

A mineira Ana Carolina lança seu terceiro álbum, "Estampado", e o problema subsiste: na maioria das faixas, as interpretações perseguem o estilo e a personalidade de Cássia Eller, mas com uma dureza e um rigor nervoso que a outra jamais possuiu. Um maneirismo tenso segue dominando a voz e as composições de Ana. (PAS)


"CartaCapital", edição 462, 19 de setembro de 2007:

MÚSICA

A jornalista de rádio Patricia Palumbo lança o segundo volume de Vozes do Brasil (DBA, 202 págs., R$ 69), em que entrevista personagens da música brasileira que abrangem dos veteranos Tom Zé e Rita Lee aos mais recentes Adriana Calcanhotto, Mônica Salmaso e Pato Fu. O livro se torna mais saboroso quanto mais se aproxima de figurinhas menos carimbadas (e menos unânimes) do circuito do jornalismo cultural, o que resulta em momentos reveladores. Um deles é a declaração de Ana Carolina, de que seu (volumoso) público se identifica com ela “pelo lado negativo das coisas”. Noutra passagem, Elba Ramalho expõe aparentes obsessões religiosas e conta que tenta a todo custo convencer Caetano Veloso a deixar de ser ateu. – PAS 


terça-feira, agosto 11, 2009

todo dia era dia de branco

Já se imaginou caindo, sem mais nem menos, dentro de uma aldeia indígena no coração da floresta amazônica? E, mais, tendo de repente que se comunicar numa dificílima língua indígena?

Pois bote reparo só na seguinte narrativa, que recolho do livro "Memórias de Brasileiros - Uma História em Todo Canto" (ed. Peirópolis, 2007). Quem se expressa é Teodoro Pasiku Pereira Xerente, nascido índio na aldeia Xavante Baixa Funda, em Tocantins:

"Na nossa casa se falava a nossa língua. Português é difícil. Eu me lembro da primeira vez que fui à cidade. Meu pai me levou para conhecer os brancos. Já tinha visto li na Baixa Funda um professor e as enfermeiras, mas não era muito, não. Nossa, quando cheguei na cidade, me espantei, fiquei nervoso de ver tanto branco. Fiquei com medo. Falei para o meu pai: 'Vamos embora, papai'. E ele: 'Não sinta medo, não, meu filho. Eles não mexem com ninguém, não'. Aí, o medo passou".

Não é genial? Não é impressionante como tudo depende dramaticamente do ponto de vista com que a gente olha?

sexta-feira, agosto 07, 2009

@pdralex #cricritwitter lucas santtana, "sem nostalgia"

Mais um experimento de (cri)crítica musical em pílulas via Twitter: "Sem Nostalgia" (YB Music, 2009), o novo disco independente do independente Lucas Santtana.

Nesse meio tempo, o experimento anterior, com "Não Vou pro Céu, mas Já Não Vivo no Chão", de João Bosco, causou o seguinte elogio do leitor Ivan:


"Confesso que já fazia um bom tempo que não ouvia JB. Acho que desde o Malabaristas do Sinal Vermelho, que considero muito bom também. Mas nada como um novo - e ótimo - disco para trazer um grande artista à tona novamente.

Em tempo, curti a crítica via twitter. Acho que isso pode evoluir ao ponto de você marcar com seus leitores audições simultâneas com comentários instantâneos.

Sei lá. Apenas uma idéia.

Um abraço,
ivan"


Sei lá digo eu, achei sensacional a sugestão do Ivan. Será?!

Mas, ops, voltemos ao Lucas Santtana, ao "Sem Nostalgia":


@pdralex #cricritwitter "Sem Nostalgia", de Lucas Santtana (@DIGINOIS).

@pdralex #cricritwitter "Sem Nostalgia" começa com o violão de "Noite de Temporal", de Dorival Caymmi, na versão de 1959 (se não me engano).

@pdralex #cricritwitter A 1a. faixa se chama "Super Violão Mashup", e se é mashup deve ser "Noite de Temporal" misturada com outra música, certo?

@pdralex #cricritwitter Se for, a segunda integrante da mistura eu não reconheço - alguém (re)conhece?

@pdralex #cricritwitter É fantástico, esse "Super Violão Mashup" do @DIGINOIS.

@pdralex #cricritwitter Eu adorei o "Sem Nostalgia".

@pdralex #cricritwitter Por sinal, "Sem Nostalgia" é o típico disco que cricríticos de música (pelo menos os paulistas) adoram.

@pdralex #cricritwitter A faixa 2, "Who Can Say Which Way", segue no mesmo pique, brilhante e vibrante.

@pdralex #cricritwitter É tão simples decifrar as lógicas que regem as diferenças público/cricríticos na apreciação de música, não?

@pdralex #cricritwitter # Basicamente, o público acha bom o que vende, mesmo que não seja bom.

@pdralex #cricritwitter E os cricríticos (pelo menos os paulistas) acham ruim o que vende, mesmo que não seja ruim.

@pdralex #cricritwitter (A faixa 3 é triste, soturna, numa linha bem inglesa, ou norte-americana, não sei bem. Bonita.)

@pdralex #cricritwitter E eles (os cricríticos) tendem a achar bom o que não vende, mesmo que não seja bom.

@pdralex #cricritwitter Por exemplo, um cara como eu, cricrítico apaulistado, jamais poderia dizer, num jornal, que ama o Fábio Jr.

@pdralex #cricritwitter Eu amo o Fábio Jr.

@pdralex #cricritwitter Mas, espera, o @DIGINOIS. A faixa 4, "Cira, Regina e Nana", também é espetacular.

@pdralex #cricritwitter Parece um pouco a 3, meio inglesa ou estadunidense, mas é em português. E bem brasileira, bem Brasil, Ben Brasil, Jorge Ben.

@pdralex #cricritwitter Quer dizer, some o Dorival mashup da 1 com o inglês "moderno" de 2 e 3, e encontre o Ben Dorival Lou Reed de 4.

@pdralex #cricritwitter Mas "Sem Nostalgia" é um disco para o grande público?

@pdralex #cricritwitter Não parece ser, embora Lucas seja filho de Roberto Sant'Ana, produtor de vários próceres MPB,...

@pdralex #cricritwitter ..., do grupo baiano "heróico" (Caetano, Gil etc.) a Jair Rodrigues e Alcione.

@pdralex #cricritwitter E embora Lucas tenha raiz tão baiana quanto, er, Ivete Sangalo e outros odiados por cricríticos que não podem amar Fábio Jr.

@pdralex #cricritwitter "Recado pro Pio Lobato" conversa com o Pará, talvez o lugar musical mais moderno-sem-aspas do Brasil (você conhece Pinduca?).

@pdralex #cricritwitter "Hold Me in" vai na linha deprimida-deprimente-depressora, o tipo que fãs de Daniela Mercury odiariam se conhecessem.

@pdralex #cricritwitter Também não me liguei muito, não, nas três primeiras audições.

@pdralex #cricritwitter Ops. Uma pausa pra um trabalho FORA do computador.

@pdralex #cricritwitter "Amor em Jacumã", samba-rock baiano batuta. Sons de grilos, parece.

@pdralex #cricritwitter Me lembro de "Os Grilos" (67), de Marcos Valle. Ou "Grilos" (72), de Erasmo Carlos. Ou "Grilo na Cuca" (79), de Dudu França.

@pdralex #cricritwitter Só fazem músicas ótimas com grilos?

@pdralex #cricritwitter "I Can't Live Far from My Music" é em inglês, mas não sei se parece mais nova-iorquina ou baiana. Ou carioca.

@pdralex #cricritwitter Ou se está mais pra Fábio Jr. ou pra Tiê. Lucas Santtana é um híbrido, uma coisa assim Marina Silva...

@pdralex #cricritwitter "Cá pra Nós" segue o modo menor, em português, bem lá longe faz pensar em samba. Híbrido de Nick Cave e Dolores Duran.

@pdralex #cricritwitter "O Violão de Mario Bros", rápida, precisa e concisa.

@pdralex #cricritwitter "Ripple of the Water", uma atmosfera muito Caetano em Londres.

@pdralex #cricritwitter (Caetano é popular ou impopular? Os cricríticos amam ou odeiam CV? O grande público sabe que CV existe, ou não está nem aí?).

@pdralex #cricritwitter Mais grilos em "Natureza #1 em Mi Maior"!

@pdralex #cricritwitter Acabou. Fica a questão sobre se "Sem Nostalgia" pode (e quer) realmente se comunicar com a massa.

@pdralex #cricritwitter Se bem que essa pode ser uma falsa questão: em tempos de Twitter etc., faz tanta diferença quantas cópias vai vender?

@pdralex #cricritwitter E, claro, a questão dos maniqueísmos público-cricrítica, vende/não-vende, se-comunica/se-trumbica, clichês pra lá e pra cá...

@pdralex #cricritwitter (O show do Tom Zé ontem também foi em modo menor. Mas de chorar. Lucas também é parente do Tom Zé.)

@pdralex #cricritwitter Clichês pra lá e pra cá? Acho melhor eu ir ouvir o novo da Ana Carolina...

@pdralex #cricritwitter Ana Carolina tem Twitter?

quarta-feira, agosto 05, 2009

blackesperto

E este, então?...

filosofia é poesia

Só porque deu vontade...: